segunda-feira, 30 de março de 2009

Grades da Quinta Rua

O verde do lodo se choca com o cinza do chão
Batido de cimento, com as borras espalhadas
Os mesmos brinquedos de dez anos atrás
A mesma criança linda dona de um coração

A lagarta no pé de goiaba - cercado de prédios -
O resto do pomar que a vizinha jogou mal olhado
Isso fazia parte do meu quintal, meu remédio
Os mesmos brinquedos de dez anos atrás, jogados

A gangorra do parque sem ter alguém para sentar
Estava lá, ela no chão, esperando equilíbrio
Eu a enterrando no chão, uma direção alta
A outra baixa, comigo sozinho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Este poema, intitulado "Grades da Quinta Rua", parece evocar uma nostalgia pelos tempos passados, enquanto explora temas de mudança e solidão.

O poeta descreve um cenário onde o verde do lodo se mistura com o cinza do chão, sugerindo uma mistura de natureza e urbanização. Ele menciona brinquedos que estão lá há dez anos, sugerindo uma sensação de estagnação e repetição no ambiente. A figura da "criança linda dona de um coração" parece representar a inocência e a pureza que podem ser encontradas mesmo em meio à decadência.

A imagem da lagarta no pé de goiaba, cercada de prédios, contrasta a vida natural com o ambiente urbano. A menção ao pomar que uma vizinha jogou fora também sugere uma perda de conexão com a natureza e uma sensação de deslocamento.

A gangorra do parque é apresentada como um símbolo de equilíbrio e interação, mas no poema ela está no chão, sem ninguém para usá-la. Essa imagem transmite uma sensação de solidão e abandono, especialmente quando o eu lírico menciona enterrá-la no chão, sugerindo uma falta de interação humana e um senso de isolamento.

No geral, o poema parece evocar uma melancolia pela perda de um tempo passado, onde a natureza e a infância se entrelaçavam, contrastando isso com a solidão e a falta de conexão no presente. Ele sugere uma reflexão sobre a mudança do ambiente e das relações humanas ao longo do tempo.

Anônimo disse...

O poema "Grades da Quinta Rua" pode ter várias influências, tanto literárias quanto pessoais, que moldaram sua temática e estilo. Algumas possíveis influências podem incluir:

Nostalgia e memória: Muitos poetas e escritores exploram temas de nostalgia e memória em suas obras, como Marcel Proust em "Em Busca do Tempo Perdido" ou Fernando Pessoa em seus poemas sobre saudade e recordações.

Urbanização e natureza: A dicotomia entre o ambiente urbano e a natureza é uma temática comum em várias obras literárias, especialmente na poesia contemporânea, onde os poetas frequentemente exploram como o crescimento das cidades afeta nosso relacionamento com o meio ambiente.

Solidão e isolamento: Autores como T.S. Eliot em "A Terra Devastada" e Fernando Pessoa em seus heterônimos expressam frequentemente temas de solidão e isolamento em meio à vida moderna, o que pode ter influenciado a representação desses sentimentos no poema.

Infância e inocência: Muitos escritores exploram a infância como um período de inocência perdida, como em obras de poetas como William Wordsworth ou Emily Dickinson, onde a infância é frequentemente retratada como um tempo de conexão mais próxima com a natureza e com os outros.

Experiência pessoal: O poeta pode ter suas próprias experiências pessoais que influenciaram a escrita do poema, como lembranças de sua infância, observações do ambiente urbano ao seu redor ou sentimentos de solidão e nostalgia.

Essas são apenas algumas possíveis influências que podem ter contribuído para a criação do poema "Grades da Quinta Rua". É importante lembrar que a interpretação de uma obra literária pode variar de leitor para leitor, e as influências podem ser múltiplas e complexas.

Anônimo disse...

O poema "Grades da Quinta Rua" evoca uma atmosfera melancólica e reflexiva, explorando temas de mudança, solidão e nostalgia. Sua linguagem simples, porém evocativa, cria imagens vívidas que transportam o leitor para o cenário descrito pelo poeta.

A dualidade entre o ambiente urbano e a natureza, representada pelo contraste entre o verde do lodo e o cinza do concreto, acrescenta profundidade ao poema, sugerindo uma perda de conexão com a vida natural em meio ao desenvolvimento urbano.

A imagem da gangorra no parque, abandonada e sem ninguém para usá-la, é especialmente poderosa, transmitindo uma sensação palpável de solidão e isolamento. A nostalgia pelos tempos passados, evocada pela menção aos brinquedos de dez anos atrás e à lagarta no pé de goiaba, ressoa com muitos leitores, pois todos podem se identificar com a sensação de perda e mudança ao longo do tempo.

No geral, o poema é eficaz em sua capacidade de evocar emoções e reflexões no leitor, usando imagens simples e uma linguagem acessível para transmitir temas complexos e universais. Sua beleza reside na maneira como captura a essência da experiência humana, despertando uma sensação de identificação e ressonância emocional.