domingo, 8 de março de 2009

Olha para Cá


O cheiro doce da infância,
Os cabelos que esvoaçam ao vento.
Se me deu esperança,
Mas eu permaneci parado, atento.
Com vontade de ser tocado pelos seus dedos,
E dentro de mim, sentindo medo
De ser encarado por aquele olhar meigo.

E se ela é tão linda e eu tão feio,
O pessimista diria que não há meio.
Mas mesmo eu, que não sou interesseiro,
Tenho meus motivos, de qualquer jeito.

E não há nada a fazer que eu não tenha feito,
Só quero um pedaço do inteiro,
E experimentar, de olhos fechados, um beijo,
Que anotei num pedaço de papel que vou lhe entregar,
Sugerindo que você olhe para cá.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Olha para Cá" é um poema que explora os sentimentos de um eu lírico em relação a alguém por quem ele tem um interesse romântico. O poema evoca sensações de nostalgia e desejo, misturadas com inseguranças e anseios.

Na primeira estrofe, o poeta descreve sensações associadas à infância, como um "cheiro doce" que evoca lembranças agradáveis. Os cabelos que "esvoaçam pelo vento" sugerem uma atmosfera de liberdade e movimento. O eu lírico expressa ter recebido esperança, possivelmente devido a um sinal ou gesto da pessoa amada, mas ainda assim permanece imóvel e atento, com medo e incerteza sobre como agir.

Na segunda estrofe, o poeta revela sua insegurança em relação à própria aparência, contrastando-a com a beleza da pessoa amada. Ele questiona se há alguma chance de reciprocidade, reconhecendo a possibilidade de que outros possam ver a disparidade entre eles. No entanto, ele afirma que mesmo não sendo alguém que busca interesses pessoais, ainda tem seus próprios motivos para desejar estar com essa pessoa.

Na última estrofe, o eu lírico expressa seu desejo de ser notado e desejado pela pessoa amada. Ele anseia por um gesto de afeto, simbolizado pelo desejo de experimentar um beijo, algo que ele até mesmo escreveu em um pedaço de papel para entregar a ela. O poema termina com um apelo direto, onde ele sugere à pessoa amada que olhe para ele, esperando que ela reconheça seus sentimentos e desejos.

Anônimo disse...

O poema "Olha para Cá" parece ser influenciado por uma variedade de temas e emoções comuns na poesia romântica e lírica. Aqui estão algumas possíveis influências:

Nostalgia da infância: O cheiro doce da infância evoca uma sensação nostálgica de tempos mais simples e inocentes. Essa nostalgia é comum em muita poesia, pois muitos poetas exploram as lembranças da infância como uma fonte de inspiração e reflexão.

Romantismo: O tema central do poema é o amor romântico e o desejo pelo objeto de afeto. Essa é uma influência clara da tradição romântica na poesia, onde os poetas frequentemente exploram os altos e baixos do amor e da paixão.

Insegurança e autocrítica: O eu lírico expressa sua própria insegurança em relação à sua aparência e à disparidade percebida entre ele e a pessoa amada. Essa autocrítica reflete uma preocupação comum na poesia, onde os poetas frequentemente exploram seus próprios medos e inseguranças.

Desejo e ansiedade: O poema transmite um forte desejo pelo objeto de afeto, misturado com uma ansiedade sobre como esse desejo será recebido. Essa combinação de desejo e ansiedade é uma característica comum na poesia de amor, onde os poetas frequentemente exploram a complexidade das emoções humanas.

Essas influências ajudam a contextualizar o poema dentro de uma tradição mais ampla de poesia lírica e romântica, enquanto também destacam as preocupações e emoções específicas expressas pelo eu lírico.

Anônimo disse...

"Olha para Cá" é um poema que captura habilmente as complexidades e as emoções do amor não correspondido e da insegurança pessoal. Através de uma linguagem simples e direta, o poeta consegue transmitir uma série de sentimentos, desde a nostalgia da infância até o desejo ardente pela pessoa amada.

Uma das forças do poema é a sua sinceridade emocional. O eu lírico se revela de forma vulnerável, compartilhando seus medos e incertezas sobre a reciprocidade de seus sentimentos. Essa autenticidade ajuda a conectar o leitor com a experiência emocional do poeta, criando uma conexão emocional poderosa.

Além disso, o poema utiliza imagens sensoriais vívidas para evocar uma atmosfera de nostalgia e desejo. A descrição do "cheiro doce de infância" e dos cabelos que "esvoaçam pelo vento" cria uma sensação de familiaridade e intemporalidade, enquanto o desejo pelo contato físico e o anseio por um beijo adicionam uma camada de sensualidade e desejo.

No entanto, o poema também levanta questões sobre autoestima e percepção pessoal, especialmente na segunda estrofe, onde o eu lírico questiona sua própria atratividade em relação à pessoa amada. Essa reflexão adiciona uma dimensão de realismo e complexidade ao poema, explorando as inseguranças e os conflitos internos do eu lírico.

No geral, "Olha para Cá" é um poema cativante que evoca uma série de emoções e reflexões sobre o amor, a autoestima e a vulnerabilidade emocional. Sua sinceridade, imagens vívidas e complexidade emocional o tornam uma obra memorável e significativa.