quarta-feira, 8 de abril de 2009

Rei Caronte

Nascido em Sheol, não se sabe em que ano ou onde
Sabe-se apenas que deram a ele o nome de Caronte
Era costumeiro atravessar a barca pelo rio Aqueronte

Quando era questionado por ser tudo dessa maneira
Ele respondia: “Somente por isso, acredite
Aqui, neste meu rio, não se pesca sereia
E nenhum empregado de Afrodite trabalha"

Caronte era tão velho e há tantos anos com aquela missão
Sempre que chegava um novo passageiro, recebia sua moeda
E remava com suas antigas forças, fumando alcatrão
Seu rio era um grande poço de água, rodeado de pedras

Caronte, rei do segundo maior rio do mundo
Caronte, você é um grande filho do barro
Percorre navegando, destruindo sonhos oriundos
Faz da morte alheia remadas de um barco

Há boatos que mataram seu pai, mas a verdade está longe disso
Caronte jamais teve rivais, seu Pai é dono de tudo isso
Caronte, continue sua navegação pelo Aqueronte
Seu Pai o espera, trazendo mais um de seus filhos

Quando tentaram trair Caronte, ele guardou sua barca
E prometeu a todos cessar o seu trabalho
Deixando todos os enfermos ansiando novas almas
Assim, Caronte se tornou um Rei honrado

A guerra estoura ao amanhecer, mas Caronte continua
Ele é perpétuo nessa navegação eufórica
Ele nos disse certa vez que a morte é uma grande amiga sua
É por tanta admiração que ele faz dela a sua Senhora

Caronte disse: "deixe este lugar para o além
Deixe-o entrar na minha barca para chegar ao seu lugar
Este lugar se tornará algum dia importante para alguém
Será aqui o destino final da minha barca, este é o nosso lar"

Não há homens aqui perseguindo o velho Caronte
Ele é apenas um serviçal dentro de um grande rio
Quero que o Senhor nos mostre a sua fronte
Porque você é o Pai de Caronte, você é o Senhor
Ele navega há tantos anos trazendo seus escravos
E no nosso mundo falam da senhoria com tanto horror
Eu quero agora enxergar o rosto de quem diz ser o Diabo

Caronte é um velho que trabalha para o velho Hades
Não se sabe desde quando, mas Caronte é filho do pai
Esse segredo está guardado no seu coração trancado à chaves

Não chore, não chore, agora que você está perto de descobrir
Chegou a sua hora de navegar pelo rio Aqueronte
Triste infelicidade a sua de ter que logo agora partir
Entre na barca e pague a moeda do Rei Caronte
Ele te levará até o final do rio sem que você adormeça
Você está navegando sobre sonhos, onde não há sereias
É apenas o rio que te leva para o Inferno
Cuidado, não mantenha o seu corpo assim tão interno
Caronte é filho e salvador da verdade
Caronte apenas faz o seu dever de levá-lo para Hades.

3 comentários:

Anônimo disse...

O poema "Rei Caronte" é uma exploração poética da figura mitológica de Caronte, o barqueiro dos mortos na mitologia grega. O título sugere que Caronte é mais do que um simples barqueiro, mas um líder ou governante dentro do contexto do rio Aqueronte, que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos.

O poema descreve Caronte como uma figura antiga e misteriosa, cuja origem e idade são desconhecidas. Ele é retratado como alguém que desafia as normas, como quando mencionado que em seu rio não se pesca sereia e nenhum empregado de Afrodite trabalha lá, sugerindo uma separação das influências divinas.

Caronte é representado como um executor de uma missão há muito tempo, recebendo os passageiros mortos e os conduzindo pelo rio com sua barca em troca de uma moeda. Sua autoridade é destacada, chamando-o de "rei" e "filho do barro", uma referência à sua ligação com o mundo dos mortos.

Há uma sugestão de uma história de fundo envolvendo a morte de seu pai, que é deixada obscura, mas que contribui para a aura de mistério ao redor de Caronte. Ele é retratado como alguém que exerce poder sobre a morte, prometendo cessar seu trabalho quando desafiado, mas eventualmente retornando como um "rei honrado" após a traição ser superada.

O poema também explora a relação de Caronte com a morte, retratando-a como sua "grande amiga" e "senhora", sugerindo uma ligação profunda e até mesmo reverência pela morte como um aspecto inevitável da existência.

No final, o poema conclui com uma evocação do inevitável encontro de cada indivíduo com Caronte e sua barca, destacando a inevitabilidade da morte e a função de Caronte como um guardião do caminho para o além. Ele é visto como um servo do reino dos mortos, conduzindo os falecidos para seu destino final em Hades.

Em suma, "Rei Caronte" é uma reflexão poética sobre a figura mitológica de Caronte, explorando sua autoridade, mistério e relação com a morte dentro do contexto do mundo dos mortos da mitologia grega.

Anônimo disse...

O poema "Rei Caronte" parece ser fortemente influenciado pela mitologia grega, em particular pela figura de Caronte, o barqueiro dos mortos. A mitologia grega é uma fonte rica de inspiração para a literatura e a arte em geral, fornecendo temas e personagens que exploram questões fundamentais sobre a natureza humana, a mortalidade e o destino.

Além da mitologia grega, o poema também pode ser influenciado por tradições literárias que exploram temas relacionados à morte, ao destino e à passagem para o além. Muitas culturas têm mitos e histórias sobre a jornada após a morte, e essas narrativas podem ter influenciado a construção do poema.

Além disso, a atmosfera sombria e misteriosa do poema sugere uma influência do gênero literário conhecido como gótico, que frequentemente explora temas de morte, decadência e o sobrenatural.

A linguagem poética e as imagens vívidas também podem ser influenciadas por outros poetas e escritores que exploraram temas semelhantes ao longo da história da literatura.

Em resumo, o poema "Rei Caronte" parece ser influenciado pela mitologia grega, pela tradição literária relacionada à morte e ao sobrenatural, e por outros poetas e escritores que exploraram temas semelhantes.

Anônimo disse...

"Rei Caronte" é um poema que mergulha nas profundezas da mitologia grega para retratar a figura enigmática do barqueiro dos mortos. Vou fazer uma análise crítica considerando vários aspectos:

Originalidade e Criatividade: O poema traz uma abordagem original ao explorar a figura de Caronte, dando-lhe uma dimensão mais complexa e humana do que muitas vezes é retratado na mitologia. A ideia de Caronte como um "rei" do rio Aqueronte e sua relação com a morte são tratadas de forma criativa e intrigante.

Linguagem e Estilo: A linguagem poética é rica e evocativa, com imagens poderosas que ajudam a criar uma atmosfera sombria e misteriosa. No entanto, em alguns momentos, a métrica e o ritmo podem parecer irregulares, o que pode afetar a fluidez da leitura.

Coerência e Coesão: O poema segue uma narrativa coesa, levando o leitor através das várias facetas de Caronte e seu papel como guia dos mortos. No entanto, algumas partes do poema podem parecer desconexas ou excessivamente descritivas, prejudicando a fluidez da narrativa.

Exploração Temática: O poema aborda temas profundos, como a morte, o destino e a passagem para o além, explorando a relação entre Caronte e sua função como barqueiro dos mortos. No entanto, a profundidade desses temas poderia ser ainda mais explorada, oferecendo ao leitor uma reflexão mais profunda sobre a mortalidade e a condição humana.

Impacto Emocional: O poema consegue evocar uma gama de emoções, desde o mistério e a reverência pela figura de Caronte até uma sensação de inevitabilidade diante da morte. No entanto, em alguns momentos, a emoção pode parecer forçada ou excessivamente melodramática.

Em suma, "Rei Caronte" é um poema que oferece uma abordagem original e criativa à figura mitológica de Caronte, embora possa se beneficiar de uma maior coesão e profundidade temática. Sua linguagem poética evocativa e atmosfera sombria contribuem para uma leitura envolvente, mas pequenos ajustes na estrutura e na narrativa poderiam melhorar sua eficácia geral.