Não estou brincando, é preciso abaixar as luzes. Oras, vamos lá, faça-me esse favor.
Bem, preciso acender uma antes.
Obrigado. Agora vamos, esta é uma história que não gosto muito de contar, pois nunca mais olhei outra vez nos seus olhos. Você imagina o quanto fui livre e ilimitado depois de tudo? Só precisei de um amigo estranho para conversar comigo, entende? É porque existe um sonho desesperado em nós.
Sente-se aqui ao meu lado, quero sentir o seu hálito. Por longos instantes...
Qual máscara da sua coleção você usará hoje?
Responda-me antes de abrir a porta.
E assim entramos pelo corredor. Há figuras nas paredes.
Criança... Vê aquele lagarto ali se arrastando? Pois é, ele quer falar contigo agora. Alguns assuntos particulares.
Ah, minha criança, nos dê uma única chance. E venha até aqui, sente-se de costas para mim. O que vamos fazer já foi regra no passado. Nos tempos em que houve um senhor que quis desfazer tudo, pois conhecia tudo, e sabia que éramos assim mesmo. Mas esse bom velhinho perdeu as estribeiras quando uma loira sentou-se de costas para ele.
O homem perdeu as estribeiras, meu chapa.
Mas vamos continuar nossa história de brincadeirinhas. A garota então se levantou e cenas estranhas acompanharam o passeio. Havia um lago e, quando o olhei, vi reflexos nus na água. A pele estava fria.
Então tive que acender uma antes.
Ei! Agora... Você está na minha casa. Ela andou pelo corredor, encarou uma figura estranha na parede. Abriu a porta, olhou para a janela, procurou as luzes e não as achou. Então, ele me pediu fogo.
Você quer fogo, querida?
Sim, meu bem. Eu quero fogo."